quinta-feira, 23 de abril de 2009

Velho Engenho Novo .


Escrevi o livro Flor do Quilombo depois de regressar de um verão passado em dez anos numa comunidade quilombola que reside em um sitio no Brasil centro oeste. Inspira-se na saga histórica de um povo livre da escravidão rumo a verdadeira libertação.
Quando agora leio esse livro não deixo de me emocionar , sinto -me de novo no meio daquele povo cheio de alegria dançando o engenho novo, ou fazendo a farinha num tacho, manualmente. Viviam e muitos ainda vivem na comunidade desde sempre, mas os que figuram neste livro viajaram na minha imaginação e foram se tornando cada vez mais reais para mim , porque muitos foram inventados e misturados com que eram ou foram reais, no calor daquele verão duradouro. ( por quê nessa região quase não faz frio )
O livro contém muitos personagens que eu conheci e um enredo extremamente elaborado. Muitos já morreram.
E quando escrevo isso, penso que a situação central é muito perplexo e possui possibilidades trágicas.
E Luanda, o Professor e o Tio Joaquim são três personagens que parecem-me por demais vivos.
Se não fosse pelo fato que os dois já morreram também na vida real. A menina que eu me inspirei para escrever a personalidade da protagonista Luanda , do enredo ainda vive. Hoje ela tem 12 anos. Na história ela começou com sete anos e a escritora foi envelhecendo a personagem no calhar dos acontecimentos. Fato curioso é que hoje ela é basicamente idêntica a personagem inspirada.
O meu amigo me fala que interliguei ficção com realidade e gostou tanto do livro e gostaria que eu adaptasse as cenas para um documentário. Que um dia ainda hei de fazer…
Pessoalmente eu já teria feito isso se não tivesse me aventurado pela Europa e me apaixonado pelo país Portugal e pela sua diversidade cultural . Também se não tivesse escolhido esse país para morar ,definitivamente, até que eu resolva de novo não me limitar a espaços geográficos…
Porém, tenho muitos escrevidos das minhas viagens pelo estrangeiro e, se vou publicar um dia, ainda não me decidi.
Escrever é importante demais para mim. Não vou transformar isso no meu ganha pão.
Particularmente acho que a literatura são livros de evasão. ( E porque não ?. ) O leitor pode fugir para um mundo gelado, ou para um mundo onde a luz do sol quente sobre as águas é tão…adorável. Assim como para um mundo real onde os finais felizes nem sempre existem, sem tirar o rabo do sofá…….

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